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quinta-feira, 16 de maio de 2024

A INFELIZ COMPARAÇÃO DE ELIANE CANTANHÊDE

 


Por: Claudia Souza


    A recente comparação feita pela jornalista Eliane Cantanhêde da Rede Globo, entre a trágica enchente no Rio Grande do Sul e a perda de suas joias revela uma desconexão perturbadora entre a realidade vivida por milhares de pessoas e a percepção distorcida de quem habita uma bolha privilegiada. Este incidente não é apenas uma falha de sensibilidade, mas também uma demonstração de como a assessoria de imprensa do governo Lula pode ser incapaz de compreender e respeitar as verdadeiras consequências das tragédias que assolam o povo brasileiro.

    No Rio Grande do Sul, enchentes devastadoras destruíram mais de 400 municípios, ceifaram vidas de crianças e famílias inteiras, e deixaram um rastro de destruição material que afetará a região por anos. O sofrimento é palpável e real, refletido nas histórias de famílias desabrigadas, na perda de entes queridos e na destruição de lares e meios de subsistência.  As enchentes no Rio Grande do Sul, que começaram no final de abril de 2024, afetaram 417 municípios, resultando em mais de 100 mortes confirmadas e aproximadamente 1,5 milhão de pessoas afetadas diretamente. Dentre estas, 66.761 pessoas estão em abrigos e 163.720 estão desalojadas​ (Correio Braziliense)​​ (Brasil Escola)​, (até a presente data, as buscas ainda continuam).

    A tentativa de demonstrar empatia através de uma experiência pessoal de perda de joias revela uma falha fundamental em entender a magnitude da tragédia. A comparação de uma perda material, por mais dolorosa que possa ser para o indivíduo, com a devastação de vidas humanas e comunidades inteiras é uma trivialização inaceitável do sofrimento alheio. Essa analogia inadequada é um reflexo claro de uma bolha ideológica que distorce a percepção da realidade, minimizando as experiências e dores dos menos privilegiados.

    A reação pública à declaração de Cantanhêde não é surpreendente. Sua comparação foi amplamente vista como uma demonstração de desconexão e falta de empatia, expondo uma visão distorcida que ignora a gravidade das tragédias enfrentadas por milhões de brasileiros. É um lembrete amargo de como algumas vozes influentes no jornalismo podem falhar em representar e compreender verdadeiramente a sociedade que pretendem informar. Essa falha não parece ser apenas pessoal, mas também profissional. Como jornalista, Cantanhêde tem a responsabilidade de abordar as notícias com uma sensibilidade e compreensão que reflitam a gravidade dos eventos. Suas palavras deveriam ser uma ponte para a realidade, não um reflexo distorcido de uma experiência pessoal desconectada. A comparação feita não apenas falha em transmitir a seriedade da situação no Rio Grande do Sul, mas também desrespeita as vítimas e suas famílias, cuja dor e perda são incalculáveis.

    A situação exige uma reflexão profunda sobre o papel da mídia e dos jornalistas na construção de narrativas que realmente representem a realidade do país. É imperativo que os profissionais de comunicação saiam de suas bolhas ideológicas e privilegiadas para entender e transmitir a verdadeira dimensão das tragédias que reportam. A falsa empatia e a compreensão equivocada das dificuldades enfrentadas pela população são essenciais para um jornalismo responsável e sensível e faltaram nos últimos dias nas demonstrações de William Bonner e Eliane Cantanhêde em suas últimas abordagens, demonstrando a vulgaridade e futilidade de personagens antes acostumados com o glamour da telinha subversiva que mantinha o público cativo, apenas por falta de opção. 

    A emissora e seus jornalistas estão desesperados para acabar com a liberdade de expressão popular e a liberdade de imprensa, massacrando o público e jornalistas independentes com rótulos de "disseminadores de Fake News" e narrativas de que somente eles é que estão com a verdade. Lamentavelmente só nessa semana, foram desmascarados com produções de fake news através de suas apresentadoras Daniela Lima e Natuza Nery,  ambas desmascaradas em rede nacional.





    A comparação feita por Eliane Cantanhêde serve como um triste lembrete da distância que ainda existe entre as experiências das elites e as realidades das massas. É uma chamada à ação para todos os jornalistas e comunicadores: é necessário descer de suas torres de marfim e conectar-se verdadeiramente com as histórias e sofrimentos do povo brasileiro. Somente assim, poderemos começar a construir uma sociedade mais empática, justa e consciente das verdadeiras consequências das tragédias que enfrentamos.


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